A rebeldia do clero alemão


A homossexualidade é um desvirtuamento da natureza humana segundos os princípios católicos. Não que seja uma doença ou um anomalia. Neste sentido, deste 17 de maio de 1990, a OMS retirou da lista de doenças mentais. Veja: até a ciência evolui nos seus conceitos. Então, a Igreja pode também evoluir? Esta não é a questão essencial. A homossexualidade fere, ontologicamente, a compreensão sobre a sexualidade humana e a bipolaridade sexual, como meios criados por Deus para a preservação e perpetuação da espécie humana. Aprovando a união entre pessoas do mesmo sexo, a Igreja vai contra sua doutrina acerca do matrimônio como sacramento e dom de Deus. Alguns podem questionar: mas, na igreja há clérigos ou membros homossexuais, mesmo não coadunando com sua doutrina. A Igreja é casa da misericórdia e do acolhimento. A verdade da fé não inibe que promovamos uma pastoral do acolhimento. A igreja acompanha com amor o sofrimento dos seus filhos e presta-lhes conforto espiritual. A homossexualidade não se coaduna com o sacramento da ordem. Entretanto, se o indivíduo chegou ao sacerdócio, deve buscar viver de tal modo configurado a Cristo, que sua vida exale a verdade, o amor e a pureza de sua vocação. Seja um homem inteiro e ofertado a Deus. Que não haja uma vida dúbia, mas incentive e viva a castidade. “Compete a cada um, homem e mulher, reconhecer e aceitar a sua identidade sexual. A diferença e a complementaridade físicas, morais e espirituais orientam-se para os bens do matrimônio e para o progresso da vida familiar. A harmonia do casal e da sociedade depende, em parte, da maneira como são vividos, entre os sexos, a complementaridade, a necessidade mútua e o apoio recíproco.”(CIC 2333) O homossexual cristão católico não difere do heterossexual, pois ambos são chamados à castidade por causa de um AMOR MAIOR: Cristo. “As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes do autodomínio, educadoras da liberdade interior, e, às vezes, pelo apoio duma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.” (CIC 2359) 

A atitude de alguns clérigos alemães é pueril, anticatólica, vergonhosa, desrespeitosa com a rica  doutrina bimilenar da Igreja de Cristo. Não tem nada a ver com caridade ou misericórdia, pois sem a verdade, torna-se atitude imoral e puída, sem sentido e não converge para Jesus. Na verdade, a bandeira erguida por clérigos alemães tem sintonia com o _status_  que se aplica a Igreja Católica alemã, pois a Igreja é mantida pelos impostos. Esta relação gera subserviência e manobras políticas ideológicas. A justificativa parte do pressuposto de que os abusos sexuais ou a pedofilia acontecem na Igreja por causa das estruturas de poder, celibato e moral repressora da Igreja. Certamente, estes teólogos ou estudiosos não entendem que o poder é exousia, isto é, divino. Não um mero serviço ou poder humano, mas ligado  ao poder de Jesus. 

Servir e amar. O celibato é um dom que nos torna capazes de amar de modo mais pleno. Já a moral tem se adaptado de acordo com a necessidade e possibilidade ao longo dos anos, obviamente sem contrariar o _depositum fidei._ Destaca o teólogo alemão Helmu Hoping: “Não consigo ver uma base teológica sólida para o Caminho Sinodal. Como o abuso sexual de crianças e adolescentes é um fenômeno que pode ser encontrado em todas as áreas da sociedade, o casamento eclesiástico e a moral sexual vigentes, por exemplo, não podem explicar o abuso sexual por parte de clérigos da Igreja Católica, incluindo o celibato. Assim, tem-se a impressão de que o abuso sexual está sendo instrumentalizado para uma determinada agenda política da Igreja.” A Igreja não proíbe a benção individual das pessoas homossexuais, que com coração cheio de fé e reconhecendo a necessidade de conversão, como filhos de Deus, desejam a benção individualmente por por parte de clérigos católicos, a saber:  “A resposta ao _dubium_ proposto não exclui que sejam dadas bênçãos a indivíduos com inclinação homossexual, que manifestem a vontade de viver na fidelidade aos desígnios revelados de Deus, assim como propostos pelo ensinamento eclesial, mas declara ilícita toda forma de bênção que tenda a reconhecer suas uniões. Neste caso, a bênção não manifestaria a intenção de confiar à proteção e à ajuda de Deus alguns indivíduos no sentido mencionado, mas de aprovar e encorajar uma escolha e uma praxe de vida que não podem ser reconhecidas  como objetivamente ordenadas aos desígnios divinos revelados.” ( _Responsum_ da Congregação para a Doutrina da Fé 
a um _dubium_ sobre a bênção de uniões de pessoas do mesmo sexo).

Entretanto, a relação sexual entre pessoas homossexuais  é contrária a Sã doutrina e atenta a sua moral de modo execrável e violento. Apesar disso, “a Igreja recorda que Deus mesmo não deixa de abençoar cada um de seus filhos peregrinos neste mundo, porque para Ele «somos mais importantes que todos os pecados que podemos cometer». Mas não abençoa nem pode abençoar o pecado: abençoa o ser humano pecador, para que reconheça que é parte de seu desígnio de amor e se deixe transformar por Ele. De fato, Ele «aceita-nos como somos, mas nunca nos deixa como somos.” (_Responsum_ da Congregação para a Doutrina da Fé 
a um _dubium_ sobre a bênção de uniões de pessoas do mesmo sexo). Haja por partes de todos, uma sincera conversão por amor a Jesus Cristo, reforçando a proposta de Jesus a mulher pecadora: “Respondeu ela: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais.” (Jo 8, 11)

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