HOMILIA XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO B
Caríssimos e caríssimas,
Saudações em Cristo Jesus!
(1) A primeira leitura e o evangelho deste domingo tratam sobre o PÃO, mas qual o seu significado? O pão é um alimento que fortifica o peregrino. Interessante: o homem não consegue produzir o trigo sozinho. Precisa sempre do Senhor. Sem a chuva, sem o sol e o mistério da natureza, é difícil obter o pão. Logo, pensamos na vital importância da providência divina na nossa vida.
(2) O homem ofereceu as primícias do plantio. Não esqueçamos: precisamos ofertar tudo a Deus. Não podemos dar simplesmente as sobras. Deus merece o melhor.
(3) “Conforme a palavra do Senhor” (II Rs 4,44). Deus é fiel, nunca nos esqueçamos disso.
(4) A narrativa leva-nos ao santo evangelho. A passagem de Jo 6, 1-15 é de modo claro a prefiguração da Eucaristia. Jesus multiplica os pães e revela de modo surpreendente a bondade de Deus que sacia a fome do povo.
(5) Este milagre é narrado pelos 4 evangelistas. Ora, a Sagrada Escritura revela-nos a admiração dos discípulos de Cristo e da comunidade nascente no milagre da multiplicação dos pães.
(6) A preocupação de Felipe é objetiva, mas também, materialista. Esquece quem está à sua frente: JESUS, Deus feito homem, que pode realizar o impossível. Ainda hoje, estamos preocupados com o material. Na Igreja e no mundo, muitas vezes, esquecemos da fé que tem um poder além das nossas capacidades. PRECISAMOS CRER.
(7) Lembrem-se do evangelho do domingo passado: JESUS É O BOM PASTOR, que conduz suas ovelhas para verdes pastagens (relva). O evangelista João apresenta-nos Jesus na Montanha. O novo Moises, que nos guia para nova “terra prometida”.
(8) Esta passagem bíblica remonta-nos a EUCARISTIA – “tomou o pão, deu graças, partiu e deu” – são os gestos da Última Ceia e de todas as ceias que celebram o sacrifício eucarístico do Senhor. Na apresentação das ofertas tomamos o pão, na grande oração eucarística (do prefácio à doxologia – “Por Cristo, com Cristo…”) damos graças, no “Cordeiro de Deus” partimos e na comunhão distribuímos. Eis a Missa: torna presente os gestos salvíficos do Senhor, dado em sacrifício e recebido em comunhão.” (Dom Henrique Soares da Costa).
(9) Precisamos levar a sério a Eucaristia. Não é uma representação teatral ou espetáculo circense, mas o SACRIFÍCIO INCRUENTO DE CRISTO NO ALTAR. Lindo. Meu coração enche-se de amor. Já pensaram sobre isto? JESUS SE DÁ NO PÃO E NO VINHO POR AMOR A NÓS. SUA VIDA UNE-SE EUCARISTICAMENTE, NA FÉ E POR AMOR, A NOSSA MISERÁVEL VIDA.
(10) A Eucaristia é o milagre do amor. A fonte de onde emana de modo estupendo a força para continuarmos a caminhada rumo a eternidade.
(11) O povo entende mal o milagre. O pressuposto essencial é a fé, não uma motivação meramente política. Jesus evita a ideologização ou uso político de sua pessoa. Recentemente o Papa Francisco, com intento de proporcionar a unidade da Igreja e evitar a politização da EUCARÍSTIA, emitiu um motu próprio: “Traditionis custodes” sobre o uso da liturgia romana antes de 1970. Infelizmente, todo modo de extremo prejudica a vida eclesial. De um lado extremista, os ultra conservadores (engessados em seus próprios devaneios saudosistas) e do outro, os liberais (marionetes de suas convicções políticas e ideológicas).
(12) Já há bispos proibindo em suas dioceses o uso do missal anterior de Paulo VI. Sinceramente, não vejo razão para as brigas. A Igreja é essencialmente carismática e plural. Todos devem encontrar seu lugar na vida eclesial. Serem acolhidos no amor, que é a máxima da vida cristã.
(13) A Eucaristia é o divino sacramento de amor. “Não é o Alimento Eucarístico que se transforma em nós, mas somos nós que acabamos misteriosamente mudados por Ele. Cristo alimenta-nos, unindo-nos a Si; ‘atrai-nos para dentro de Si’” (Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, 70). Daí a necessidade de celebrarmos com piedade e devoção a Santíssima Eucaristia. Os 12 cestos recorda-nos as 12 tribos de Israel e os 12 apóstolos, ou seja, a universalidade da salvação. A Eucaristia não pertence a um grupo seleto, mas é celebração da Igreja.
(14) Refletia São Josemaria Escrivá: “Senhor, se aqueles homens, por um pedaço de pão – embora o milagre da multiplicação tenha sido muito grande –, se entusiasmam e te aclamam, que não devemos nós fazer pelos muitos dons que nos concedeste, e especialmente porque te entregas a nós, sem reservas, na Eucaristia? (Forja, 304)
Senhor, perdoe-nos, por tantas vezes que não celebramos com piedade o mistério de sua paixão, morte e ressurreição. Reconhecemos com profunda tristeza que tantas vezes cometemos vergonhosamente tantas injúrias à vossa gloriosa presença na Eucaristia. Tende piedade de nós! Obrigado por este tão grandioso presente que nos dá, ofertando-se em cada Missa.
Pe. Jerônimo Pereira Bezerra
In Christo per Mariam

Deus o abençoe sempre
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