Vigília São Pedro e São Paulo
Amados e amadas em Cristo,
Saudações!
Hoje celebramos, nesta Santa Vigília, duas colunas da Igreja: São Pedro e São Paulo.
Pedro - o simples pescador de Betsaida (Lc 5,3) - torna-se um vigoroso seguidor de Cristo. Teve a primazia de, após a Ressurreição, ser o primeiro a contemplar o sepulcro vazio. Após a ascensão, toma a direção da comunidade que surge a partir do ressuscitado. Teve séria dificuldade para compreender a largueza da ação do Espírito Santo, especialmente, os cristãos de origem judaica. O apóstolo os considerava inferiores. Concluiu sua vida morrendo na cruz, assim como o mestre Jesus. Cumprindo, de modo brilhante, a sua missão com seu próprio sangue. Existe uma tradição posterior que descreve que os romanos crucificaram Pedro de cabeça para baixo, a pedido do próprio apóstolo, que não queria morrer da mesma forma de seu Mestre Jesus. Na literatura cristã, encontramos, no livro “Quo Vadis”, que Pedro, fugindo de Roma quando soube que devia ser crucificado, encontrou às portas da cidade de Roma, Jesus que lhe perguntou: Quo Vadis? (para onde vais?). Este encontro com Jesus teria mudado a sua decisão e, voltando para Roma, foi martirizado. Segundo alguns escritores, sua morte deu-se entre o ano 64-68.
Paulo - o brilhante e rigoroso judeu. Perseguidor dos cristãos. Mais tarde, no caminho para Damasco, teve uma visão e encontrou-se com a luz que mudaria totalmente a sua vida. Seu legado deixou-nos uma rica teologia. Romano e Judeu da dispersão da tribo de Benjamim. Sabe-se muito pouco sobre ele antes da sua conversão. Realizou 5 viagens apostólicas ou missionárias. Fundou diversas comunidades e tornou-se um exímio pregoeiro do Evangelho. Deixou-nos 13 epístolas. Segundo os registros, Paulo morreu decapitado em Roma, durante o governo de Nero em 67 d.C. A segunda carta que ele escreveu a Timóteo retrata seus momentos finais antes de ser martirizado.
A liturgia da palavra desta vigília salienta alguns pontos importantes:
1-A Igreja é continuadora da obra de Cristo e todas as suas ações são frutos do Espírito Santo que conduz sua amada Esposa. Então os apóstolos agem na certeza de que a força que os conduz brota da ressurreição. Os Atos dos apóstolos apresenta a cura realizada por Pedro no templo, na porta chamada Formosa. É rica esta passagem;
2-Pedro reconhece sua pobreza material, mas ensina-nos qual é a maior riqueza da Igreja: CRISTO;
3- A Igreja tem a missão de dar ao mundo sua joia mais preciosa. Engana-se quem quer uma Igreja politizada, ativista e apegada às coisas desse mundo;
4- Quantos sucessores dos apóstolos (bispos) e padres colocando como centro de suas vidas as questões sociais e as lutas de classes. Entendam: não é que nossa voz profética deve cessar ou calar diante das injustiças sociais. O nosso povo sofre, fruto da corrupção deslavada e da injustiça;
5-Cuidar também da alma. Incitar no coração de todos o desejo pelo céu;
6- O assombro diante do milagre acontecido revela ainda a pequenez diante do poder de Cristo. Ele é o Senhor de todas as coisas;
7- Bonita a atitude daquele homem curado, “andando, pulando e louvando a Deus”. ( At 3, 8) Quantas vezes esquecemos de louvar a Deus...;
8-A missão da Igreja, logo a nossa, é anunciar Jesus, pregado na cruz e ressuscitado. “Seu som ressoa e se espalha em toda terra.” O cristão não cansa de anunciar o Reino de Jesus;
9- Na segunda leitura, Paulo justifica que o Evangelho por ele anunciado não é obra humana, mas plasmada do Espírito Santo;
10- São Paulo quer afirmar: tudo que anuncia nasce a partir do encontro com Jesus, que verdadeiramente muda sua vida;
11- Em tudo precisamos ser zelosos no cuidado com as coisas de Deus. Um cristão desleixado, descurado com a obra divina é uma tristeza. “O zelo por tua casa me devora.” (Sl 69,10);
12- Como Paulo, tenhamos a coragem de sair de nós mesmos para anunciar Jesus;
13-O evangelho coloca-nos diante da tríplice pergunta de Jesus a Pedro: Simão de João, tu me amas? Esta pergunta possui profunda relação espiritual com as três negações de Pedro. Somente o amor em Cristo (ágape) pode restabelecer o que perdemos pelo pecado ou, no caso do Apóstolo, pela negação;
14- Interessante refletirmos: Jesus pede a Pedro que cuide das ovelhas, contudo recorda-lhe que as ovelhas são Dele: “Apascenta Minhas ovelhas.” Pertencemos ao Senhor;
14- As perguntas ecoam do seguinte modo: _Petros agapas me ou filo se_ - Talvez quando lemos a tradução para o português não sabemos a diferença. _Agapâs me_ - O amor de entrega. Confiante. Sem reservas.
_Filô-se_: Um amor humano. Afetuoso entre amigos e irmãos;
15- Pedro conhece a amargura da infidelidade. Tornando-se alguém capaz de reconhecer suas limitações. Contudo, o amor de Jesus transforma o coração;
16- No final do evangelho Jesus revela de modo surpreendente que Pedro, apesar de suas fraquezas, será capaz de entregar a vida por amor ao Senhor;
17- O Senhor ainda hoje insiste a pergunta para cada um de nós: _Filô-se_ ou _Agapas-me_;
18- Na terceira pergunta, o autor parece colocar que Jesus se adapta a Pedro, entretanto é mais valioso: Jesus conhece a profundidade do nosso coração. E Pedro reconhece sua pequenez.
A interessante a conclusão do evangelho-SEGUE-ME. Seguir Jesus é exigente. Somos chamados a fazer tantas renúncias por causa do amor a Cristo.
Perdoa-me, Senhor, pois como Pedro reconheço minhas fraquezas.
Perdoa-me, Senhor, pois tantas a dor da infidelidade aperta meu coração.
Perdoa-me, Senhor, pois muitas vezes não tenho a coragem de te amar como deveria.
Obrigado por seu amor desinteressado. Gratuito e generoso, mesmo sabendo de minhas debilidades vós me chamais.

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