Novus ordo ou vetus ordo


Assusta-me de modo voraz esta rinha de briga entre tradicionais (conservadores) e progressistas (esquerda), instaurada no interior da Mãe Católica.  A sucessiva e forte perseguição de quem detém o poder contra aqueles que desejam celebrar a Santa Missa - _vetus ordo_ - e do outro lado, a desvalorização do - _novus ordo_ -, torna-se um tenaz empecilho para comunhão eclesial. Todavia, uma Igreja em saída - para fora-, mas não experimenta a unidade -para dentro-, não é contraditório? A Igreja é sempre obra do Espírito Santo, continuadora da obra salvífica de Cristo. Logo, a introdução CONSTITUIÇÃO CONCILIAR
 SACROSANCTUM CONCILIUM, 4, destaca: “O sagrado Concílio, guarda fiel da tradição, declara que a santa mãe Igreja considera iguais em direito e honra todos os ritos legitimamente reconhecidos, quer que se mantenham e sejam por todos os meios promovidos, e deseja que, onde for necessário, sejam prudente e integralmente revistos no espírito da sã tradição e lhes seja dado novo vigor, de acordo com as circunstâncias e as necessidades do nosso tempo.” Todos os ritos que, de modo legítimo, ao longo da história foram reconhecidos, vividos e conduziram-nos à experiência da fé, devem ser difundidos e valorizados. A supressão, proibição ou cerceamento da utilização de qualquer rito é contrária à natureza da própria Igreja, isto é, sua catolicidade. Ela anuncia e vive a totalidade da fé, não pertence a um grupo ideológico ou específico, sua ontologia engloba a dimensão carismática: “Há diversidade de dons, mas um só Espírito. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.” (1 Cor 12,  4-6). Não sei celebrar _vetus ordo,_ também não me fecho para aprender. Se o Espírito Santo inspirou e o _vetus ordo- propiciou a santidade de tantos santos e santas,  ora, então por que me fechar à possibilidade de penetrar de outro modo no mistério de Deus? Os bispos deveriam preocupar-se com urgência: com eficácia da transmissão da fé, tão ineficaz no tempo de hoje; com o cuidado pastoral das pessoas e com a paternidade para com os sacerdotes. A evangelização ou anúncio é infrutífero, ineficaz e os métodos que utilizamos são deficientes e produzem poucos frutos na vida da Igreja. Precisamos redescobrir, com urgência, como as primeiros comunidades sem tantos recursos foram tão eficazes na missão.

O segredo:  “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações.”(At 2,42). Acrescento: unidos à Virgem Maria. Simples, sem lutas de classes, sem ideologismo de direita ou esquerda, sem ecofeminismo, sem ideologia de gênero, sem cavalheirismo medieval, sem reducionismo litúrgico ou brigas partidárias. Era somente a fidelidade a Cristo, a base de tudo. Triste vermos irmãos perseguidos, cerceados, denegridos e humildados por quem deveria acolher a diversidade dos dons, carismas e modos de viver a fé católica. Deixa-me, como padre, com o coração ferido. Triste. Impotente. Incapaz. Senhores bispos, ocupem suas vidas e ministérios com coisas mais importantes. Cessem estas brigas ideológicas e satânicas no interior da Igreja. Promovam a unidade e sejam artífices de comunhão. Padres, celebrem a Santa Missa com decoro, fé, silencio, sem invencionices, sem pantomimas. Recordem: o sacrifício é de Cristo, não vosso, não fostes vós que destes a vida na cruz para salvação do mundo. Obedeçam as normas. Celebrem com amor e devoção para que, tocando os corações, possam conduzir o povo ao coração de Deus. Rezo todos os dias na Santa Missa, pedindo a Deus que os bispos e padres travem uma única luta juntos- CONTRA O DEMÔNIO, PAI DA MENTIRA E DIVISÃO, QUE TENTA, DE TODOS OS MODOS, DIVIDIR A IGREJA E AFUNDÁ-LA. Contudo, Deus é fiel:  “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16,18)

O Concílio de Trento já afirmava a necessidade de uma catequese eucarística: “manda o santo Concílio aos pastores e a cada um dos que têm cura de almas, que, durante a celebração da missa, expliquem frequentes vezes, por si ou por outros, algo sobre o que se lê na missa e falem sobre algum mistério deste santíssimo sacrifício, principalmente nos domingos e festas.” (Cap. 8, 945). Então reforça-se, atualmente, a necessidade de uma catequese mistagógica sobre o mistério da Eucaristia. Enquanto pastores, pecamos gravemente porque muitas vezes queremos encher nossas comunidades e esquecemos de favorecer o encontro do povo com Cristo, através do silêncio, da oração e da contrição autêntica. Nossas missas se tornaram fuzarcas, pois evidencia-se o subjetivo, o emocional; às vezes tornam-se cultos protestantes e não o SACRIFÍCIO DE CRISTO, que se imola no altar por amor.

Comentários

  1. Belíssima suas palavras padre Jerônimo Deus o abençoe, que seu coração esteja sempre unido ao de cristo.seja sempre fiel a Deus mesmo que custe sua vida.Deus e a santíssima virgem te abençoe.

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