Homília Domingo de Ramos


Amados e amadas,


Neste dia, celebramos o Domingo de Ramos da paixão do Senhor.


É um duplo movimento - 1) Jesus é Rei - A manifestação de sua realeza divina e messiânica; 2) Jesus e seu mistério de paixão, morte e sepultura, como consequência, a sua Ressurreição.


1. Jesus é Rei. Proclamado e aclamado entre todos. Contrariando as vontades e projetos humanos. Ele (Jesus) se faz pobre e simples, montado em um Jumentinho. Não é o revolucionário político, mas o Servo sofredor. 

2. Os fatos e acontecimentos destes dias devem nos indagar sobre a benevolência divina, que deu seu Filho para nos salvar. 

3. O Jumentinho, segundo a Sagrada Escritura é a montaria própria dos reis pacíficos. 

4. O manso Cordeiro, imolado, ensina-nos a lição da paz em um mundo de guerras e conflitos, mas também quantos estão em guerra interior e também no cotidiano da vida? Tudo faz confusão, encontra o problema em tudo. 

5. Jesus nos ensina a confiarmos inteiramente no Pai, em uma atitude de humildade, pois “não fez do ser igual a Deus uma usurpação, mas ele esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens. “

6. A sua _kénosis_ é uma expressão eloquente de amor. Jesus não se inclinou para o triunfalismo ou a vaidade, mas obsequiou na humildade e despojamento. 

7. Já hoje, precisamos olhar para a Cruz de Cristo. Sem soberba, Jesus buscou um outro caminho, isto é, da obediência por causa do seu amor ao Pai. O quanto é difícil imitá-lo neste caminho. Olhar para Cristo, desvelando o véu que impede de enxergarmos como o nosso salvador, morto na Cruz. 

8. “O despojamento, o esvaziamento de si mesmo. Calar, rezar, humilhar-se. Com a cruz, não se pode negociar: abraça-se ou recusa-se. E, com a sua humilhação, Jesus quis abrir-nos o caminho da fé e preceder-nos nele.” (Papa Francisco)

9. É necessário abrir o coração, silenciar e deixar-se ser totalmente revestido do poder divino.

10. No cena do evangelho,  temos um personagem anônimo. Alguém que dá sua casa para o Senhor ceiar com seus discípulos. Pode ser cada um de nós. Já preparou seu “lar” ou “casa” para o Senhor está com tua família e você? Não esqueçamos de arrumar a “casa” do nosso coração.

11. Neste dias de reclusão, despojamento e absorto silêncio, “Ele desce até aos fundos abissais do sofrimento humano para nos abraçar, para nos resgatar, para dizer a cada momento da nossa vida: “Tu não estás só. Eu já estive aí, eu já estive aí.” No lugar da nossa dor, do nosso dilema, do nosso impasse, da nossa miséria, do nosso sofrimento, do que nós não conseguimos aceitar nem compreender”. (Tolentino)

12. Olhar e coração fixos em Jesus, sem, por nenhum instante, desviar-nos do mais importante, ou seja, o mistério de sua paixão, morte e ressurreição. 

13. Amados e amadas, tenhamos a coragem de, nestes dias, unirmos o nosso pobre  miserável coração ao sacrossanto coração de Jesus, o servo sofredor. Com a Virgem Dolorosa, façamos este caminho de amor, dor e vitória. O mal nunca vencerá. Celebremos a vitória do Bem.

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