Homilia vigília Pascal

Hoje, na vigília Pascal, mais vez quero tocar no olhar das mulheres,  agora sobre a ressurreição de Jesus.

“No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo de Jesus, levando os perfumes que haviam preparado.”

Recordem quem ontem afirmei: as mulheres amavam Jesus, porque foram muito amadas por Ele”.

Inicio esta pequena homilia falando do amor.  “O amor explicou cada coisa.
O amor resolveu tudo para mim.
 É por isso que admiro o amor
onde quer que se encontre.” (São João Paulo II)

Talvez, elas se questionaram: Será que morreremos como o mestre?

Será que sofremos igual ao mestre?

Apesar de todos os questionamentos não ficaram  inertes, isto é, paradas, pois eram mulheres de coragem.

“No sábado, realizam algo simples e extraordinário: nas suas casas, preparam os perfumes para o corpo de Jesus. Não renunciam ao amor: na escuridão do coração, acendem a misericórdia.” 

(Papa Francisco)

Ao chegar ao túmulo as mulheres encontram-no vazio. Vazio também fica o coração sem Jesus. 

Eis o anúncio: “'Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?

Ele não está aqui. Ressuscitou!”

Cristo ressuscitou, aleluia! A morte foi tragada. 

A luz dissipa as trevas. Assim também na nossa vida. Cristo sempre vence. Mesmo que muitas vezes nossos olhos enxerguem a derrota. Cristo é a nossa vitória. 

A partir do anúncio das mulheres deve brotar a esperança no nosso coração. Sim, amados e amadas, a esperança, fundamentada sempre no amor. 

Deus pode transformar morte em vida. A pedra rolou, Jesus haverá de fazer rolar a pedra do nosso coração.

Eis a luz do mundo! A luz da esperança aquebranta as trevas do medo, da insegurança ou da incerteza. 

Talvez, hoje, apesar das maravilhas operadas por Deus, sepultastes a esperança. Coragem! 

Façamos como Pedro: levantemos, sigamos para anunciar: Cristo ressuscitou!

Faz-se necessário rolar a pedra do “sepulcro”, ou seja, do coração, para Jesus ressuscitar a alegria que perdemos. A vida é um precioso dom do amor de Deus.

Impressionante sabermos que Deus visitou a nossa miséria. Desse modo, sentiu as nossas dores para que sintamos a alegria de sua ressurreição. É necessário deixarmos a luz que surge da Páscoa penetrar as trevas do nosso existir. Iluminados pelo clarão do amor e da verdade, somos chamados a mergulhar no oceano da misericórdia divina. 

“Há um só modo de se subtrair a corrente do tempo que arrasta tudo atrás de si: *passar ao que nunca passa!* Pôr os pés em terra firme! Páscoa significa passagem: este ano, façamos todos uma verdadeira Páscoa: passemos Àquele que não passa. Passemos agora com o coração, antes de passar um dia com o corpo!” (Cardeal Cantalamessa)

Não esqueçamos que a Páscoa que vivemos no hoje temporal da nossa vida é um prelúdio da Páscoa da eternidade. Passemos com a fé e o amor do homem velho carcomido pelo pecado para o homem novo transformado pelo Espírito Santo. 

“No fim, as mulheres «estreitaram os pés» de Jesus (Mt 28, 9), aqueles pés que, para nos encontrar, haviam percorrido um longo caminho até entrar e sair do túmulo. Abraçaram os pés que espezinharam a morte e abriram o caminho da esperança. Hoje nós, peregrinos em busca de esperança, estreitamo-nos a Vós, Jesus ressuscitado. Voltamos as costas à morte e abrimos os corações para Vós, que sois a Vida.” (Papa Francisco)

“Hoje, nesta superna luz da Páscoa e com efusiva alegria, somos chamados àquela restauração e renovação de vida a que os próprios mistérios celebrados suavissimamente nos impelem. Somos o Corpo místico de Jesus Cristo; onde, pois, se dirigiu a glória da Cabeça, para lá é chamada a esperança também do Corpo.” (Pio XII) 

Portanto, com a Santíssima Virgem, Senhora do Socorro, sigamos cheios de alegria e esperança.

Uma santa e feliz Páscoa! 

Pe. Jerônimo Pereira Bezerra

In Christo per Mariam