Ó Juazeiro, nossa Jerusalém do Nordeste.
Créditos das fotos: @maddu.photos /@anderson_aaraujo
No alvorecer do dia 15 de setembro de 2022, Juazeiro polvorosa exultante de alegria pela festa da Mãe das Dores. Todos os romeiros e romeiras do Brasil inteiro, peregrinos da Terra do Servo de Deus, Padre Cícero Romão Batista, sabem o clima desse lugar santo. Durante 7 dias, todos cantaram os benditos, acenaram com os famosos chapéus de palha, fizeram suas caminhadas para as outras igrejas e visitaram a Capela do Socorro. Ora, não poderiam deixar de ir ao Horto para agradecer a Deus por suas graças. O fenômeno cultural, social, psicológico e religioso a partir do “Padim Ciço” é algo verdadeiramente inexplicável. Já escutei, de prelados e clérigos, seus questionamentos sobre a santidade do Pe. Cícero, mas as manifestações e os milhares de milagres atribuídos a sua prodigiosa intercessão atestam sua santidade e credibilizam a fé simples do povo de Deus.
“Ele fez a Igreja com gente ignorante, os doze eram um mais ignorante que o outro e a Igreja foi adiante. Por quê? Pelo olfato do rebanho com o pastor e do pastor com o rebanho. Esta é a maior relação que vejo quando há uma crise num lugar, numa província... Eu me pergunto: o pastor está em contato, está próximo ao rebanho? Esse rebanho tem um pastor? O problema são os pastores.” (Papa Francisco)
Outro ponto destacável foi a presença e o modo de conduzir seu rebanho do bispo diocesano do Crato/CE, Dom Magnus Henrique Lopes, OFMCap. Um capuchinho de alma, modesto, simples, objetivo, claro, conciso e romeiro. Um liturgo sem rubricismo, porém com muita piedade. Sem anarquismo e sem reducionismo, pastoralista para agradar o povo. Fiel a sua vocação e fiel a Cristo e a sua igreja. No espírito do Concílio Vaticano II e de acordo com condições do seu povo, viveu estes dias sentindo o cheiro da grei e a grei sentindo o cheiro do seu pastor. De longe, assistindo, sentia seu coração vibrar palpitante de alegria por sua primeira festa como pastor diocesano. Afirmou o prelado: “Vim outras vezes como bispo, como romeiro, mas ficando no meio do povo. Hoje estou aqui como bispo, muito carrego no meu coração a experiência que tive como bispo no meio do povo. Hoje trago esta experiência para meu pastoreio, percebendo a grandiosidade e a fé desses romeiros, depois da pandemia o retorno das romarias. Então, hoje como como bispo tenho a alegria e carrego o sentimento do que é ser romeiro lá no meio do povo, fazendo essa experiência de Deus”. Seu semblante era vívido e radioso, exalava o fragor de bispo apaixonado pela vocação e realizado pela escolha do santo padre para enviá-lo a esta pequena porção do Povo de Deus. Dom Magnus (o grande) expressava sua grandeza no amor, delicadeza e gentileza pelo povo oriundo de tantos locais do Brasil.
Já escutei de gente simples: Juazeiro é o céu, padre! Qual motivo de sempre revisitarmos o Juazeiro e fazermos o mesmo itinerário turístico e religioso a cada ano? Simples: é uma peregrinação de fé. Reviver o caminho de um “santo”. Tudo no Juazeiro transpira o fragor do Padre Cícero Romão Batista. Lindo pensarmos na simplicidade do nosso povo. Não precisa de grandes lucubrações teológicas ou acadêmicas, mas gestos simples, modestos , pois o elemento fundamental no Juazeiro é a fé, despojada e desprovida de questionamentos. Nunca participei de romarias, gosto do Juazeiro/CE, tranquilo, sem alarde. A última vez fui sozinho, como um romeiro, celebrei na Basílica das Dores e fiz o caminho dos romeiros nesta “Terra Santa”. “Oh, que caminho tão longe, cheio de pedra e areia percorre o bom "Pelegrino
" da Mãe de Deus das Candeias!
No Caminho de Juazeiro nunca ninguém se perdeu por causa da aluminara da Mãe de Deus das Candeias.
Esta luz, Cristo, ilumine todos os romeiros no caminho para o Juazeiro.
Deus seja sempre louvado e amado!
Viva a Mãe das Dores!


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