Bento XVI, o homem da verdade!
Celebra-se, em Roma, o funeral do Papa emérito Bento XVI. Joseph Ratzinger foi uma testemunha impoluta e libada da Verdade-Cristo. As marcas do seu ministério sacerdotal, episcopal e cardinalícia, depois sucessor de Pedro, referem-se ao amor a Jesus. Tantas vezes, acredito, Pe. Joseph Ratzinger falou no silêncio de suas orações com o reconhecimento de suas misérias as seguintes palavras: "Ich liebe dich Jesus!" Ou depois, como bispo em Roma: "Ti amo Gesù!" Ratzinger foi uma poderosa moção do Espírito Santo para Igreja pós-conciliar. Com seu testemunho, labor teológico e mística litúrgica exalou o amor à verdade. Penso no seu falecimento ser uma ocasião para expressarmos nossa gratidão pelo zelo, cuidado e desvelo com a Igreja. Com sua busca, as fontes da fé e uma teologia da continuidade, sem ser anacrônico Bento XVI compreendeu a natureza da Igreja de modo mais puro. “A Igreja não existe para si mesma, não é o ponto de chegada, mas deve ir além de si, em direção ao alto, acima de nós. A Igreja é verdadeiramente si mesma na medida em que deixa transparecer o Outro – com ‘O’ maiúsculo – de onde ela vem e ao qual ela conduz.” - (Missa com novos cardeais na Basílica de São Pedro, 19 de fevereiro de 2012).
Sua visão da hermenêutica eclesiológica é, de fato, parenética, destarte fruto de uma intimidade com Cristo por meio da oração. Bento XVI foi fiel a Cristo e à Igreja até o último dia da sua existência. Lindo! Meus olhos lagrimejam profusamente pelo exemplo de Bento XVI, seu amor e autoconsciência de ser membro e ministro da Igreja. _La chiesa, sposa di Cristo, va amata come si ama lo sposo_. No silêncio guardado, soube ser profeta. “Silencie para ser admirado”. (Mons. Petrúcio Bezerra de Oliveira) O silêncio de alma devota, piedosa e profundamente unida a Cristo. “Em breve estarei diante do juiz final de minha vida. Embora, ao olhar para trás em minha longa vida, eu possa ter muitos motivos de medo e pavor, estou, no entanto, com um espírito alegre porque confio firmemente que o Senhor não é apenas o juiz justo, mas, ao mesmo tempo, o amigo e irmão que já sofreu ele mesmo as minhas insuficiências e, portanto, como juiz, é, ao mesmo tempo, o meu advogado.” - (Carta aberta sobre os abusos sexuais na Alemanha, 6 de fevereiro de 2022). Agora, meu amado Bento XVI, contemplas a face do bondoso Juiz da nossa vida. Diante da verdade, como um cooperador da verdade, intercede por todos nós. Suas últimas palavras é a síntese de sua fé, ou seja, seu credo: “Herr, ich liebe dich” ( Senhor, eu te amo). Então recordei de Pedro: “ Domine, tu omnia scis, tu cognoscis quia amo te” (Jo 21,17). Pedro, o pescador, frágil, débil e apaixonado por Cristo, entregou sua vida em suas mãos. Qual o sentida da vida para o cristão? Cristo, amados e amadas, sem Cristo nossa vida fica amarga. Recentemente vi uma postagem de Pe. Leonardo Boff, sim, um sacerdote do altíssimo, um consagrado, não se pode exaurir a graça sacramental conferida a este infiel irmão. “Faleceu o ex-Pontífice Bento XVI. Para fazermos um juízo objetivo deveríamos distinguir o teólogo Joseph Ratzinger e a função de Papa, condutor da Igreja. Como teólogo é um típico intelectual centro-europeu, inteligente e erudito. Como Papa, foi um esforço fracassado de restauração.”
(Genézio Darci Boff) Quem é Genézio Boff? Um traidor da fé, prevaricador do compromisso do celibato, será sempre um traidor, ingrato com a mãe Igreja. Amargo porque, no afã do seu orgulho, não aceitou com humildade ser corrigido pelo cardeal Ratzinger de seus erros hermenêuticos e epistemológicos. O papa Bento, na sua humildade, nunca se encolerizou ou eivou seus gestos e palavras de bílis contra o referido teólogo e ancião. Mas o teólogo marxista sempre vociferou seu ódio, repleto de ofensas e ultrajes. Boff não tem estatura moral, eclesial, social e intelectual para falar sobre Bento XVI, pois um ímprobo de sua linhagem não possui o talhe para rosnar sua opinião sobre alguém da magnitude de Joseph Ratzinger. Papa emérito Bento XVI, de modo discreto, silencioso e singelo, exerceu com amor o seu chamado, como bom trabalhador da vinha do Senhor. Afirmar que Genézio Baff é presbítero, significa a verdade do juízo de Deus, ora: “Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir.” (Lc 12,48)
Já Bento XVI deixou-no um belíssimo legado de fidelidade, nunca abandonou a Barca de Cristo e tantas vezes foi a vela e o prumo nas tempestades e no mar agitado da vida da Igreja. Um amigo, o frei André, fez-me observar as mãos do Papa emérito Bento XVI em várias fotos na internet. Pensem naquelas mãos ungidas que tantas vezes abençoou, ungiu, cumprimentou e afagou como um bom pastor. Sua suavidade, amabilidade e gentileza são testemunhadas por tantos que conviveram com ele e se deixaram conduzir pelo seu exemplo de homem consagrado. Na singeleza dos seus gestos e na força de suas palavras percebemos ou contemplamos a face amorosa de Deus.
Obrigado, Bento, por seu amor, despojamento, grande e constante esforço espiritual de santidade e exemplo de honradez e zelo apostólico, mas, acima de tudo, por ser um homem de fé. “A fé é crer neste amor de Deus que não diminui diante da maldade do homem, perante o mal e a morte, mas é capaz de transformar todas as formas de escravidão, oferecendo a possibilidade da salvação.” (Bento XVI)
Demoraremos para compreender a largueza e profundidade deste santo homem que ofertou sua existência pelo bem da Igreja e salvação dos homens. Tantas vezes tentado pelo demônio, mas permaneceu forte e confiante em Jesus. Espanta-me a coragem e piedade deste santo pontífice. Nos momentos mais difíceis permaneceu sereno e fiel a Cristo.
Destaco também o dom da amizade, fruto do amor verdadeiro na fé em Cristo. Dom Georg Ganswein, secretário do pontífice emérito, demonstrou a magnitude é verdade sobre o dom de ser amigo. Um companheiro fiel que permaneceu até o fim. Deus lhe abençoe e recompense excelência, pelo homem que és e exemplo de cristão, sacerdote, bispo e amigo.
Por fim, que a Virgem, neste momento, coloque Vossa Santidade no colo e a apresente a seu Filho, que, por sua vez, deixe este servo bom e fiel participar do Seu reino
Pe. Jerônimo Pereira Bezerra
In Christo per Mariam
Fotos: Vaticannewsbr


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