A Pequena Via - Santa Terezinha
O que significa Pequena Via que moveu a vida de Teresinha?
A Pequena Via é o pequeno caminho de amor e devoção que Santa Terezinha nos ofertou, para sermos santos nas pequenas coisas. Deixar-nos consumir por amor.
1. Tudo começa com o amor:
"Então, na minha alegria delirante, exclamei: ó Jesus, meu Amor... enfim, encontrei minha vocação, é o Amor!...
Sim, achei meu lugar na Igreja e esse lugar, meu Deus, fostes vós quem o destes a mim... no Coração da Igreja, minha Mãe, serei o Amor... serei tudo, portanto... desta forma, meu sonho será realizado!!!..." (Santa Terezinha do Menino Jesus! História de uma alma)
Santa Terezinha encontrou o sentido de viver - O AMOR. Mesmo querendo ser muitas coisas e viver muitas vocações, percebeu o sentido essencial da vida cristã. NÃO DESEJAR CARGOS OU FUNÇÕES, MAS SIMPLESMENTE AMAR E SERVIR. Tudo na vida deve começar colocando amor em tudo que realizamos. Nas grandes obras, porém nas pequenas coisas do nosso cotidiano.
2. Reconhecer a pequenez e a partir do reconhecimento desenvolver audácia para amar Jesus - SER SACRIFÍCIO DE AMOR!
"Sou apenas uma criança, impotente e fraca, mas é minha própria fraqueza que me dá a audácia para me oferecer coma Vítima ao teu Amor, ó Jesus! Outrora, só as hóstias puras e sem manchas eram aceitas pelo Deus forte e poderoso. Para satisfazer a justiça divina, havia necessidade de vítimas perfeitas. Mas à lei do temor sucedeu a do Amor e o Amor escolheu-me para holocausto, eu, fraca e imperfeita criatura... Não é escolha digna do Amor?... Sim, a fim de que o Amor seja plenamente satisfeito é preciso que se abaixe, que se abaixe até o nada e que transforme esse nada em fogo..."
Reconhecer o nosso nada diante da grandeza de Deus. Fazer, a partir de nossa pequenez, o nosso coração arder como um braseiro de amor, fazendo do nosso tudo um nada diante do mistério da grandeza do amor de Deus.
Então o que nos resta, segundo Santa Terezinha, é oferecer nossa vida em sacrifício de amor por Cristo.
"Eis, meu Bem-Amado, como se consumará minha vida... Não tenho outros meios para te provar meu amor, a não ser lançar flores, isto é, não deixar escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra, aproveitar as menores coisas e fazê-las por amor..."
3. Confiança em Deus.
Lembra-te que tua vida não te pertence. Em tudo, entregue-se por amor e confiança em Deus. A nossa vida está nas mãos de Deus.
".. Ó Jesus! deixa-me no extremo da minha gratidão, deixa-me te dizer que teu amor vai até a loucura... Como queres que diante dessa loucura, meu coração deixe de se jogar em teus braços? Como pode minha confiança ter limites?... Ah! sei, para Ti, os santos cometeram loucuras também, fizeram grandes coisas, pois eram águias..."
Precisamos aprender com os santos, a fazer a loucura de amor da entrega confiante nas mãos de Deus, como uma criança sendo livre nas mãos de Jesus.
4. Desejar em tudo ser santo!
Nas pequenas coisas da vida, buscar amar Jesus e ser santo. A santidade é uma realidade do cotidiano de cada um de nós.
"Sabíeis, Madre, que sempre desejei ser santa, mas ai! sempre constatei, quando me comparei com os santos, haver entre eles e mim a mesma diferença que existe entre uma montanha cujos cimos se perdem nos céus, e o obscuro grão de areia pisado pelos transeuntes. Em vez de desanimar, disse a mim mesma: Deus não poderia inspirar desejos irrealizáveis, portanto posso, apesar da minha pequenez, aspirar à santidade; não consigo crescer, devo suportar-me como sou, com todas as minhas imperfeições; mas quero encontrar o meio de ir para o Céu por uma via muito direta, muito curta, uma pequena via, totalmente nova."
5. Permanecer Virgilante.
Permaneçamos sempre vigilantes, pois não sabemos o dia nem hora que Senhor, justo Juiz, virá nos buscar. Estejamos prontos sempre, pois não sabemos a hora em que Jesus voltará.
"Em outra ocasião, estava na lavanderia diante de uma irmã que me jogava água suja no rosto toda vez que levantava a roupa na tábua de bater. Meu primeiro movimento foi de recuar enxugando o rosto, a fim de mostrar à irmã que me aspergia que me prestaria serviço ficando quieta. Mas pensei logo que seria tolice recusar tesouros oferecidos tão generosamente. Evitei demonstrar minha luta. Esforcei-me por desejar receber muita água suja, de sorte que, no final, passara a gostar desse novo gênero de aspersão e prometi a mim mesma voltar a esse feliz lugar onde se recebiam tantos tesouros. Madre querida, estais vendo que sou uma alma muito pequena que só pode oferecer a Deus coisas muito pequenas. Assim mesmo, acontece-me com freqüência deixar escapar esses pequenos sacrifícios que dão tanta paz e tranqüilidade à alma. Isso não me desanima, suporto ter um pouco menos de paz e procuro ser mais vigilante na ocasião seguinte."
Nas situações mais difíceis, incômodas e degradantes encontrar a possibilidade para aurir a virtude da humildade. Encontrar sempre Jesus passeando no jardim da nossa vida.
6. Fazer sempre a vontade de Deus - Obediência.
Sempre somos chamados a fazer a vontade de Deus, a sermos obedientes à sua santa vontade. Às vezes queremos que as coisas sejam de acordo com nossa vontade, mas Jesus exige obediência aos seus mandamentos por amor.
"Oh! como é doce o caminho do Amor!... Como quero me esforçar para fazer sempre, com o maior desprendimento, a vontade de Deus! Minha única finalidade seria cumprir a vontade de Deus, sacrificar-me por Ele da maneira que lhe fosse agradável.Sinto que eu não teria decepção nenhuma, pois, quando se espera um sofrimento puro e sem mistura, a menor alegria torna-se uma surpresa e, vós o sabeis Madre, o próprio sofrimento passa a ser a maior das alegrias quando é buscado como o mais precioso dos tesouros."
7. Em tudo se deixar ser atraído por Jesus - Desejar o Céu para si e para os outros
Um milésimo de segunda de nossa pobre vida deve ser sempre tomada ou abrir meu coração para amado ou amada' atraído por Jesus para viver do seu amor. A pequena via é exatamente este caminho simples no qual a florzinha do Carmelo deixou-se ser revestida de humildade. Seguiu os passos de entrega a Jesus.
"Apenas quero que sejamos todos reunidos no vosso belo Céu. Sabeis, Deus meu, nunca desejei nada senão amar-vos, não almejo outra glória. Vosso amor preservou-me desde a minha infância, cresceu comigo e, agora, é um abismo cuja profundeza não posso avaliar. O amor atrai o amor, por isso, meu Jesus, o meu coração se lança para vós, queria encher o abismo que o atrai, mas ai! Não é nem uma gota de orvalho perdida no oceano!... Para amar-vos como me amais, preciso tomar de empréstimo o vosso próprio amor, só então encontro o repouso. Ó meu Jesus, talvez seja uma ilusão, mas parece-me que não podeis encher uma alma com mais amor do que o que me destes. É por isso que ouso pedir-vos para amar os que me destes como amastes a mim mesma. Um dia, no Céu, se eu descobrir que os amais mais do que a mim, regozijar-me-ei, reconhecendo desde agora que essas almas merecem muito mais que a minha o vosso amor. Mas na terra não posso conceber amor maior que aquele que vos dignastes prodigalizar-me gratuitamente, sem mérito algum da minha parte."
8. Ser sempre filho ou filha da Igreja.
O Caminho de santidade se faz unido à Igreja de Jesus: caminhar com ela, para servir no oração e dedicação, consumindo-nos em sua obra de evangelização e missionária.
"Enfim, quero ser filha da Igreja como o era nossa Madre santa Teresa e rezar nas intenções do nosso Santo Padre, o Papa, sabendo que as intenções dele abrangem o universo. Eis a meta geral da minha vida, mas isso não me teria impedido de rezar e unir-me especialmente às obras dos meus anjinhos queridos, se tivessem sido sacerdotes. Bem! eis como me uni espiritualmente aos apóstolos que Jesus me deu como irmãos: tudo o que me pertence pertence a cada um deles, sinto muito bem que Deus é bom demais para fazer partilhas, é tão rico que dá sem medida tudo o que peço a Ele..."
A pequena via resume-se no amor, devoção e entrega:
"Invoquei Nossa Senhora das Vitórias para que afastasse de mim tudo o que poderia ter embaçado a minha pureza. Não ignorava que, numa viagem como essa à Itália, se encontrariam muitas coisas capazes de me perturbar, sobretudo porque, desconhecendo o mal, temia descobri-lo; não tendo experimentado que tudo é puro para os puros e que a alma simples e reta não enxerga o mal em lugar nenhum, pois, de fato, o mal só existe nos corações impuros e não nos objetos sensíveis... Pedi também a são José para velar por mim; desde a minha infância, tinha por ele uma devoção que se confundia com meu amor pela Santíssima Virgem."
"Essa vontade, Jesus deu-ma a conhecer muitas vezes, deveria dizer quase a cada página do seu Evangelho; mas na última ceia, quando sabe que o coração dos seus discípulos arde de maior amor por Ele que acaba de dar-se a eles no inefável mistério da sua Eucaristia, esse doce Salvador quer dar-lhes um novo mandamento. Diz-lhes com indizível ternura: "Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros; que, assim como eu vos amei, vós também vos ameis uns aos outros. E nisto precisamente todos reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros".
Por fim, em sua Pequena via, Santa Terezinha ensina-nos um pequeno caminho de santidade nas pequenas coisas do nosso cotidiano , sendo que, a base é o amor. Sofrer, viver, pensar, agir e sentir, tendo como fundamento a humildade de confiar em Deus. Na simplicidade e cotidiano do nosso existir ser santo.
Todas citações foram retiradas de "História de uma alma".
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