Dom Beto Breis- Um bispo filho de Francisco de Assis
Nas completas do 07/11/2023, cogitava-se nos bastidores eclesiásticos o nome de um bispo franciscano para arcebispo coadjutor de Maceió. Na manhã do dia 08/11/2023, o anúncio oficial da nomeação de Dom Carlos Alberto Breis Pereira para cooperar na vida pastoral da Arquidiocese de Maceió. Sua voz serena, mas firme e profética, um verdadeiro filho de São Francisco de Assis. Suas primeiras palavras expressavam a fé, afeto e carinho. “Talvez meu coração ainda não chegou, mas vai chegar com meus pés”. (Dom Beto). Agora seus pés chegaram com o coração cheio de amor para a missão que a igreja lhe confiou em "novo espaço de missão". Segundo suas palavras, chegou para “cuidar” do rebanho. A arte de cuidar exige acolhimento, amor e proximidade no caridade de Cristo, pois “Ele (Cristo) é centro e o eixo radiador de tudo que somos e tudo que realizamos, se não for assim, nós bispos, padres e demais ministros da igreja, não seremos mediadores, mas intermediários, se não for assim, Ele no centro, apaixonados por Ele, encantados por Ele, não colaboraremos no mundo com a epifania, com a manifestação do Senhor no mundo, mas nós seremos profanos, profano quer dizer que não manifesta, contrário de epifania. Precisamos caminhar juntos, sýnodos, mas aprendendo com os magos do oriente, que por vezes precisamos também, juntos, seguir outro caminho. O fundamento do seguimento de Jesus, o fundamento de toda vocação, de todo serviço na igreja é justamente o seguimento de Jesus. Jesus não chama outra coisa, se não vem e segue-me. Caminhar nas estradas de Jesus. Antes de ser bispo, sou discípulo.” Sua presença e palavras convida-nos a repensar nossa tarefa ou missão como ministros ordenados para sermos um só povo reunido pelo amor. Pedindo sempre ao Senhor: “Olhai com bondade a oblação da vossa Igreja e reconhecei nela o sacrifício que nos reconciliou convosco; concedei que, alimentando-nos com o Corpo e o Sangue do vosso Filho, repletos do Espírito Santo, nos tornemos em Cristo um só corpo e um só espírito.” (Oração eucarística III). No primeiro contato, por providência divina, o encontrei simples e despojado. Fui apresentado e depois a relação e a conversa transcorreram de modo simples, paterno e agradável. Um filho autenticamente de pobrezinho de Assis, simples, despojado e acolhedor. Um homem de profunda serenidade e coragem, disposição para o profetismo e, ao mesmo tempo, revestido de uma elegância sem igual. Em todo o discurso falou de proximidade, cuidado, “caminhar juntos”, para conhecer e amar. Como franciscano de alma e autenticidade, deseja a pobreza e fraternidade. Seus primeiros passos foram proféticos, de modo elegante, cobrando das autoridades a assistência e cuidado do poder público com os atingidos com a tragédia da BRASKEM. “Os frades a quem o Senhor deu a graça de trabalhar, trabalhem fiel e devotamente, de modo que, afastando o ócio inimigo da alma, não extingam o espírito da santa oração e devoção, ao qual as outras coisas temporais devem servir. Como mercê do trabalho, recebam para si e seus irmãos o necessário para o corpo, menos dinheiro ou pecúnia, e isso humildemente, como convém a servos de Deus e seguidores da santíssima pobreza.” (Copyright: Curia Generalis Fratrum Minorum Capuccinorum. Via Piemonte, 70 - 00187 Roma, Italia, tel. +39 06 42 01 17 10 / +39 335 1641820, ofmcap.org - 1528 - 2022 webmaster). Como filho de Francisco é um verdadeiro fratello minore, se coloca sempre como simples irmão em que convida-nos para sermos com humildade sempre mais irmãos, com o coração cheio de amor e tendo Cristo como centro, imitando sua atitude de amar e servir. A palavra que exprime sua vida e vocação é a proximidade, servir e está com os outros, mas de modo afetuoso e amoroso. Sentir nele aquela paternidade amorosa. “A partir da intimidade de cada coração, o amor cria vínculos e amplia a existência, quando arranca a pessoa de si mesma para o outro. Feitos para o amor, existe em cada um de nós «uma espécie de lei de “êxtase”: sair de si mesmo para encontrar nos outros um acrescentamento de ser». Por isso, «o homem deve conseguir um dia partir de si mesmo, deixar de procurar apoio em si, deixar-se levar».” (Frattelli Tutti, 88). Nas suas palavras, o desejo primeiro é de aproximar-se para conhecer e amar, na liberdade do Espírito Santo, estabelecer vínculos com todos, criando uma verdadeira fraternidade. Sua humildade e visível despojamento expressam com clareza vossa fidelidade à vocação franciscana de servir e amar. O seu olhar toca nosso coração, seu abraço nos faz sentir verdadeiramente acolhidos, como se naquele momento, de algum modo e misticamente, o nosso coração uniu-se ao seu coração paternal. O sorriso verdadeiro no rosto e a modesta no encontrar-se, transportam-nos para os ombros de Cristo Bom Pastor. Seu lema episcopal, um extrato de um escrito de São Francisco sobre o Natal: “Natus nobis in via” (Nasceu por nós no caminho), recorda-nos o mistério da encarnação do Filho de Deus, que ao nascer da beatíssima Virgem Maria, aproximou-se da nossa pobreza, revelando a beleza da cultura do encontro, sempre partindo do Menino-Deus. Obrigado Dom Beto, pelo seu sim ao chamado divino, que os nossos encontros sejam sempre marcados por Cristo que une para sermos todos irmãos. E seja bem-vindo!
Portanto, “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.” (Jo 4,7)

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