A VERDADE POR TRÁS DAS ACUSAÇÕES: O QUE ESTÁ POR TRÁS DAS CALÚNIAS CONTRA PADRES E BISPOS?

(Capa do documentário do Centro Dom Bosco: CANCELADOD).  

A Dor dos Caluniados e o Chamado à Misericórdia: Uma Perspectiva Psicológica e Espiritual.

  Atualmente, muitos sacerdotes e bispos enfrentam uma realidade marcada por perseguições e calúnias, sendo vítimas de uma onda crescente de injustiça e maldade. Essa situação provoca uma profunda tristeza e sensação de abandono em muitos presbíteros, que expressam um sentimento de falta de acolhimento e empatia. Na maioria das vezes, somos condenados antes de sermos julgados, colocados na periferia eclesial e excluídos. Mais do que a calúnia, o sentimento de exclusão é mais agressivo e prejudicial à nossa saúde psicológica. Não somos ouvidos e permanecemos injustiçados e esquecidos por calúnias e difamações que, comprovadamente, são falsas. Frequentemente, há uma escassez de escuta e diálogo verdadeiro no ambiente eclesial.

A calúnia, conforme descrito pelo Padre Renato Leite, pode ser entendida como "a difamação injusta do próximo". Isso pode ocorrer através da murmuração (fofoca), que revela ou critica, sem motivo justo, os defeitos ou pecados ocultos dos outros, ou por meio da calúnia propriamente dita, que implica atribuir a alguém defeitos ou pecados que ele não cometeu, ou exagerar os defeitos reais.

Em um contexto psicológico e espiritual, é essencial reconstruir na Igreja um espaço de misericórdia e amor, onde possamos conviver com as diferenças e oferecer acolhimento verdadeiro. Àqueles que sofrem com calúnias e difamações, exorto a que busquem conforto na oração diante de Jesus, unindo suas dores e sacrifícios aos de Nosso Senhor.

As Sagradas Escrituras nos alertam sobre comportamentos que Deus repudia: “Seis coisas há que o Senhor odeia, e uma sétima que lhe é uma abominação: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, um coração que maquina projetos perversos, pés rápidos em correr ao mal, um falso testemunho que profere mentiras e aquele que semeia discórdias entre irmãos” (Provérbios 6,16-19).

De fato, Deus condena aqueles que, com intenções malignas, atacam a vida dos outros com palavras destrutivas. O Papa Francisco descreve a calúnia como um “câncer diabólico”, um desejo maligno de destruir a reputação de alguém, prejudicando gravemente o corpo eclesial. Esse mal é intensificado quando interesses egoístas ou tentativas de encobrir falhas pessoais levam alguns a se unir para difamar outros.

O caluniador e difamador age como uma praga, usando táticas perniciosas para atender a interesses próprios. O Papa Bento XVI adverte contra uma cultura em que “a verdade não conta, em que contam apenas a sensação, o espírito de calúnia e destruição”. Ele critica um moralismo que disfarça a mentira como verdade e informação, uma realidade em que a mentira é travestida de verdade.

Essas atitudes revelam uma camuflagem da mentira e um uso de subterfúgios para transformar a vida dos outros em um verdadeiro tormento. No entanto, as palavras de Nosso Senhor oferecem consolo: “Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós” (Mt 5,11-12).

A calúnia representa um veneno psicológico e espiritual que muitas pessoas disseminam para ferir a vida alheia. Essas atitudes são marcadas pelo ressentimento e amargura, levando indivíduos a se tornarem insensíveis e a agir de maneira destrutiva.

Por fim, faz-se necessário questionar o que está por trás das denúncias contra padres e bispos. Será simplesmente humano? Ou há uma força espiritual e demoníaca que insufla ataques à vida de sacerdotes e bispos? E quais os motivos que há no coração do caluniador? Sem sensacionalismo, é preciso rezar sempre, guardar o silêncio, mas também sermos provocados a refletir sobre o assunto.

Àqueles que enfrentam a calúnia, confiem no Senhor. Ele, como Bom Pastor e Justo Juiz, lhes concederá a recompensa devida em Sua infinita misericórdia. Nosso destino é unir nosso coração ferido ao Sacratíssimo Coração de Jesus.

 

 

Pe. Jerônimo Pereira Bezerra

Sacerdote na Arquidiocese de Maceió e estudante de Psicologia

 

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