A VERDADE POR TRÁS DAS ACUSAÇÕES: O QUE ESTÁ POR TRÁS DAS CALÚNIAS CONTRA PADRES E BISPOS?
A calúnia, conforme descrito pelo Padre
Renato Leite, pode ser entendida como "a difamação injusta do
próximo". Isso pode ocorrer através da murmuração (fofoca), que revela ou
critica, sem motivo justo, os defeitos ou pecados ocultos dos outros, ou por
meio da calúnia propriamente dita, que implica atribuir a alguém defeitos ou
pecados que ele não cometeu, ou exagerar os defeitos reais.
Em um contexto psicológico e espiritual,
é essencial reconstruir na Igreja um espaço de misericórdia e amor, onde
possamos conviver com as diferenças e oferecer acolhimento verdadeiro. Àqueles
que sofrem com calúnias e difamações, exorto a que busquem conforto na oração
diante de Jesus, unindo suas dores e sacrifícios aos de Nosso Senhor.
As Sagradas Escrituras nos alertam sobre
comportamentos que Deus repudia: “Seis coisas há que o Senhor odeia, e uma
sétima que lhe é uma abominação: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que
derramam sangue inocente, um coração que maquina projetos perversos, pés
rápidos em correr ao mal, um falso testemunho que profere mentiras e aquele que
semeia discórdias entre irmãos” (Provérbios 6,16-19).
De fato, Deus condena aqueles que, com
intenções malignas, atacam a vida dos outros com palavras destrutivas. O Papa
Francisco descreve a calúnia como um “câncer diabólico”, um desejo maligno de
destruir a reputação de alguém, prejudicando gravemente o corpo eclesial. Esse
mal é intensificado quando interesses egoístas ou tentativas de encobrir falhas
pessoais levam alguns a se unir para difamar outros.
O caluniador e difamador age como uma
praga, usando táticas perniciosas para atender a interesses próprios. O Papa
Bento XVI adverte contra uma cultura em que “a verdade não conta, em que contam
apenas a sensação, o espírito de calúnia e destruição”. Ele critica um
moralismo que disfarça a mentira como verdade e informação, uma realidade em
que a mentira é travestida de verdade.
Essas atitudes revelam uma camuflagem da
mentira e um uso de subterfúgios para transformar a vida dos outros em um
verdadeiro tormento. No entanto, as palavras de Nosso Senhor oferecem consolo:
“Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e
disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e
exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram
os profetas que vieram antes de vós” (Mt 5,11-12).
A calúnia representa um veneno
psicológico e espiritual que muitas pessoas disseminam para ferir a vida
alheia. Essas atitudes são marcadas pelo ressentimento e amargura, levando
indivíduos a se tornarem insensíveis e a agir de maneira destrutiva.
Por fim, faz-se necessário questionar o
que está por trás das denúncias contra padres e bispos. Será simplesmente
humano? Ou há uma força espiritual e demoníaca que insufla ataques à vida de
sacerdotes e bispos? E quais os motivos que há no coração do caluniador? Sem
sensacionalismo, é preciso rezar sempre, guardar o silêncio, mas também sermos
provocados a refletir sobre o assunto.
Àqueles que enfrentam a calúnia, confiem
no Senhor. Ele, como Bom Pastor e Justo Juiz, lhes concederá a recompensa
devida em Sua infinita misericórdia. Nosso destino é unir nosso coração ferido
ao Sacratíssimo Coração de Jesus.
Pe. Jerônimo Pereira Bezerra
Sacerdote na Arquidiocese de Maceió e
estudante de Psicologia

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